Estágio na Ordem dos advogados passa de 300 para 1500 euros

Os candidatos a advogado vão ter de pagar 700 euros só para se inscreverem no estágio que permite aceder à profissão, valor que não é para todas as bolsas e que poderá desviar muitos candidatos para outras carreiras. A nova tabela foi decidida a 21 de Outubro pelo Conselho Geral da Ordem dos Advogados, presidido pelo bastonário Marinho Pinto, e publicada ontem em Diário da República.

Trata-se da segunda alteração este ano. No ano passado, os candidatos pagavam 300 euros, desde a inscrição no estágio até à inscrição no exame final de avaliação e agregação. Em Março deste ano, a tabela sofreu um aumento significativo, e o que antes custava 300 euros passou para 1500 euros. Ontem, foi publicada uma nova actualização, que obriga os candidatos a pagarem 700 euros para iniciarem o estágio. Antes, esse valor era de 150 euros.

Em declarações ao CM, Marinho Pinto justifica a alteração com o elevado número de pessoas que não terminam a formação. "Antes inscreviam--se com 150 euros, mas não terminavam a formação, e quem saía prejudicado era a Ordem. A partir de agora, pagam mais no início do estágio", disse, frisando que as taxas não aumentaram. Adiantou que não deve ser a Ordem a suportar os custos com a formação, mas sim "o Estado, a exemplo do que acontece com os magistrados". Para o advogado e professor catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa Menezes Leitão, os "valores cobrados são excessivos e desincentivam" futuros advogados. O causídico adianta ao CM que o acesso à profissão "não pode ser restringido em função das capacidades económicas dos candidatos".

O estágio tem a duração de 24 meses e os candidatos não são remunerados.


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Este senhor fala bem...mas quando é na área dele, faz o que critica nos outros...

Já um gajo não pode não ser rico que nem dar continuidade aos estudos pode... Mais um bocadinho e pagamos para trabalhar...

Ai emigração...que estás aqui tão perto...

O homem que filtrar ao máximo o número de advogados capacitados para fazer a sua função e não deve saber como, então tomou essa medida, exagerada portanto e mais uma medida que vem na linha das últimas decisões políticas a todos os níveis! - Conclusão, não se pode confiar em ninguém, isto parece uma bola de neve que só vai acabar quando não tiverem mais nada para açambarcar.

Também vendo bem, aceder a essa profissão já não era para pobres pois trabalhar dois anos de borla não é fácil.

Emigrar? A palavra parece soar a resolução de problemas mas será que é mesmo? O mundo lá fora não o vejo com muito melhor aspeto, vejo o mundo em efeito dominó, etc.

Já agora deixo a pergunta, para onde emigrar?

Essa é a verdade.. Quer filtrar a qualidade, e bem faz ele em querer fazê-lo! Mas assim? Pá...é absurdo.. Principalmente para aqueles que já estão no curso há 3 ou 4 anos..que quando entraram, fizeram-no com um cenário de perspectiva..e agora mudam as regras.

Para os que vão entrar para o ano, já sabem com o que vão contar.. Agora estes que já lá estão deparam-se com um cenário para o qual não estavam preparados! É injusto!

É que não se pode ser mesmo pobre neste país...porra!

Isso de trabalhar 2 anos à borla..pode-se conseguir compensar com um patrono que pague serviços esporádicos.. Mas sim, é uma área que é elitista na sua génese, não pela questão de ter ou não ter dinheiro..mas pela questão da cunha.. (Não é por acaso que a maioria dos nossos políticos vêm do Direito ).

Quanto a emigrar...oh pá, tendo Portugal como fosso, há dezenas de alternativas melhores! Umas mais que outras!

Os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) são as economias que estão aí em força...tendo em conta que 3 desses países têm línguas difíceis e realidades sociais desequilibradas, com IDH's estranhos..diria que o Brasil é, sem grande dúvida, um país paraíso para nós, portugueses e europeus em geral, pois a nossa formação é muito valorizada lá e eles estão a apostar de forma brutal na educação e quadros profissionais superiores (e pagam bem).

Além deste..tens a Austrália que também respira saúde.. Canadá.. Os países europeus é que são mais lixados...porque é preciso fazer a análise detalhada à profissão e às condições que se procuram!

Mas, em suma, pior que isto..não dá..

Reforçar que não concordo essa decisão.

"É que não se pode ser mesmo pobre neste país...porra!" - Retifico, só se pode ser pobre neste país! :p

Emigrar: Quem dá o primeiro passo? Tu dúvida que vás, já estás amarrado ao país pois penso que quem tira direito em Portugal só pode exercer por cá, certo? E mesmo sem essa limitação, falar é fácil mas partir, não são todos que o fazem...

Em suma, pior que isto pode estar sempre e andam a trabalhar para isso!

mnobre escreveu:

Em suma, pior que isto pode estar sempre e andam a trabalhar para isso!

frase épica!

No "meu" caso, Direito português serve ou para Portugal ou para o Brasil (uma vez que eles têm a nossa base de Direito, tendo como referência a Universidade de Coimbra e a Clássica de Lisboa)..e na área da Educação, estão a contratar muita gente para lá, agora.. Por isso, assume-se como uma realidade muito possível!

De facto, quando estamos agarrados pela alma ao nosso país, é difícil sair.. Mas quando o nosso país não nos deixa criar uma vida minimamente feliz e satisfatória, temos que pensar como o outro "O meu país é o que me deixa ser feliz."..

Como já te disse uma vez, nos próximos dois anos, vou ficar por aqui..e dou esse tempo como "teste" ao nosso futuro..se as coisas tiverem luz ao fundo do túnel, fico.. Se não, tenho que orientar a vida para onde a posso viver..

Nós, portugueses, andamos a esquecer-nos (ou fazem-nos esquecer) que antes de viver para trabalhar, devemos trabalhar para viver.