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 Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos

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mnobre
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MensagemAssunto: Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos   Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos EmptyQui Set 22, 2011 4:24 pm


O vice-presidente da associação Transparência e Integridade, Paulo Morais, afirmou hoje que grande parte dos impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos de corrupção. Veja aqui o vídeo.
"Grande parte dos cerca de 80 mil milhões de euros que o Estado gasta por ano é derretido em mecanismos de perfeita corrupção, alguns dos quais são bem conhecidos", salientou Paulo Morais, em entrevista à agência Lusa.

Segundo Paulo Morais, "bastará focar o aspecto das parcerias público-privadas", nomeadamente a renegociação com as concessionárias das antigas SCUT, que fez com que os portugueses passassem a pagar duplamente mais: em portagens e em impostos para pagar auto-estradas que vão ficar ainda mais caras.

O professor universitário de estatística e ex-vice-presidente da Câmara do Porto classificou o exemplo das SCUT "claramente um caso de prejuízo com dolo do Estado português por parte de um conluio entre quem negoceia em nome do Estado e os concessionários que obtiveram a concessão".

"Através de um mecanismo pomposa e eufemísticamente chamado de disponibilidade diária das estradas, garantir rentabilidades da ordem dos 14, 15 por cento dos concessionários sobre preços que, por sua vez, já eram elevados, independentemente do tráfego, é perfeitamente inadmissível", considerou.

Para Paulo Morais, a eventual cessação das novas condições acordadas para as ex-SCUT "é uma questão que tem de ser tratada com urgência, porque por cada mês que passa são milhões de euros que o povo português perde para pagar a uns senhores que conseguiram, à custa da conivência de pessoas no Estado, garantir rendas verdadeiramente obscenas".

O vice-presidente da secção portuguesa da Transparência Internacional voltou a acusar a classe política portuguesa de se ter transformado numa "mega central de negócios", onde reina a promiscuidade entre pessoas que, alternadamente, são titulares de cargos públicos e administradores de grupos empresariais fornecedores do Estado.

"Não faz sentido que os portugueses paguem tantos impostos. Não faz sentido que uma pessoa que leva no fim do mês 700 e tal euros para casa custe à sua empresa, por uma questão fiscal, 1.600", defendeu.

Segundo Paulo Morais, a diferença entre o custo real do trabalhador e o salário que recebe vai em parte para serviços que os cidadãos utilizam, mas também "vai muito dele para mecanismos de corrupção".

Link para ver o video

Retirado do Jornal Negócios Online

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André_M
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MensagemAssunto: Re: Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos   Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos EmptyQui Set 22, 2011 7:36 pm

Este pode passar no Barroco para beber um copo... Pena é que não haja grande vontade de acabar com o que ele garante existir..
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mnobre
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MensagemAssunto: Re: Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos   Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos EmptyQua Out 26, 2011 11:37 am

“Causa estranheza que os nove deputados eleitos pelo círculo de Viseu não tenham erguido um dedo sobre portagens” - Francisco Almeida


Porta-voz da Comissão de Utentes Contra as Portagens nas auto-estradas A25, A23 e A24, Francisco Almeida, luta desde 2004, contra a medida governamental de portajar as auto-estradas da região, nomeadamente a A25 entre Viseu e Vilar Formoso, que significou um salto de gigante no desenvolvimento do distrito, pela porta que abriu ao Norte do país e à Europa, através de Vilar Formoso. Depois de uma Viagem pela EN16 para provar que não é a alternativa à A25, Francisco Almeida, professor e dirigente sindical, prepara-se para liderar, dia 28, aquela que considera ser uma das maiores marchas lentas que alguma vez aconteceu na região.


Ainda acredita que o Governo pode voltar atrás na decisão de portajar a A25, a A24 e A23?

Não costumo andar envolvido em coisas em que não acredito. Sei que é difícil, não é uma batalha que se ganhe de hoje para amanhã, mas acredito que é possível inverter esta situação, de forçar o Governo a mudar a sua orientação nesta matéria.



Porque é que tanto protesto ainda não foi suficiente para o Governo inverter a decisão de aplicar portagens nas SCUT sem alternativas?

A questão pode ser posta de outra maneira. A luta da população tem produzido efeitos, essa é que é a verdade. Em 2004 apareceu a primeira ameaça da introdução de portagens na A25, na A24 e na A23 e até hoje ainda ninguém pagou portagens nestas auto-estradas. Foi nessa altura que a comissão se constituiu, foi quando se realizaram marchas lentas, e em sete anos não foram introduzidas portagens. Há um facto com alguma piada.O então primeiro-ministro, Santana Lopes foi inaugurar um lanço da A24 na zona de Vila Real e nós fomos lá estragar a festa. Começaram por nos dizer que o primeiro-ministro não recebia ninguém e depois houve pessoas que tiveram de saltar a vedação para entregar um documento ao primeiro-ministro. Era um documento que terminava a citar Aquilino Ribeiro (livro “Enquanto os Lobos Uivam”) quando colocava na boca de um dos seus personagens as palavras: “o beirão que vossas excelências querem emular neste pertenso progresso, não esqueceis, é um misto de cordeiro e de lobo”. Nós dizíamos, espera-se que medidas destas não façam vir ao décima essa metade do lobo que faz parte da alma do beirão. Nesse mesmo dia, estávamos a chegar ao túnel de Castro Daire (A24) quando ouvimos a notícia da demissão do primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes.



A metade de lobo de que fala Aquilino Ribeiro ainda não foi posta em prática neste protesto?

Ainda não veio ao décima completamente. A segunda ameaça da introdução de portagens (15 de Abril) foi com o Governo de José Sócrates, suspensa também porque o Governo caiu. Era para ser a 15 de Outubro e não aconteceu. Agora é até final do mês de Outubro mas ainda só está aprovado o decreto-lei…



A luta tem servido para atrasar o processo de introdução de portagens nestas três auto-estradas?

Se outra coisa não ganhássemos, ganhámos sete anos sem portagens, desde a primeira ameaça. Espero podermos um dia destes brindar ao facto de não haver portagens. Acredito que se ganhe em definitivo esta questão.



As pessoas parecem alheias aos buzinões, mesmo sabendo que as portagens lhe vão sair do bolso. Tem alguma explicação para isso?

Podia esperar-se uma maior participação, mas importa ter presente que entregámos uma das maiores petições na Assembleia da República, com 35.702 assinaturas. Neste momento caminhamos para ter 20 mil postais dirigidos ao primeiro-ministro, em papel, e temos mais quase quatro mil assinados na internet. Depois, o último buzinão fez parar o centro da cidade de Viseu. A marcha lenta de Viseu para Mangualde era enorme. A participação não é tão fraca quanto isso e só encontro uma ou outra pessoa favorável à introdução de portagens.



Qual é o impacto que essa manifestação colectiva tem no terreno e na decisão política?

Não consigo saber o que o poder político irá fazer perante a dimensão deste protesto, mas a verdade é que algumas brechas se vão sentindo. Por exemplo, quando foi discutida a nossa petição na Assembleia da República, foi também discutido um projecto de resolução do PCP contra as portagens e, apesar do Partido Socialista ter decidido votar contra esse projecto de resolução, houve vários deputados do PS dos distritos de Vila Real, Guarda e Castelo Branco que votaram a favor. De Viseu não houve nenhum, são todos muito alinhados com a direcção do partido. Não escondo que me causa profundíssima estranheza que os nove deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Viseu não tenham erguido um dedo sobre esta matéria de introdução de portagens na A25, na A24 e na A23.



São mostras de subserviência ao poder político e pouca diligência em serviço da região que os elegeu?

É verdade. Eu percebo que os deputados são eleitos por um determinado partido político. Agora, é mais verdade que os deputados são eleitos por um conjunto de eleitores de um círculo eleitoral. Os deputados de Viseu não são eleitos pelos eleitores de Leiria ou de Lisboa, mas pelos eleitores do nosso distrito. Todos [os deputados de Viseu] sabem que há um estudo público, pago pelo Estado, encomendado a uma empresa de consultadoria sobre a questão da introdução de portagens. O Ministério das Obras Públicas validou esse estudo, que termina a dizer que não podem ser introduzidas portagens numa série de auto-estradas entre as quais as da Beira Litoral, da Beira Alta e da Beira Interior. Se era para decidir em contrário, o Ministério escusava de ter gasto dinheiro a mandar fazer o estudo.



Quer recordar as três variáveis sobre as quais se desenvolve o estudo?

A primeira era a de que os percursos alternativos não podiam ser superiores a 1,3 vezes, caso contrário não pode haver portagens. Se fizer o percurso de Viseu a Aveiro e demorar uma hora pela A25, ninguém acredita que demore uma hora e 20 minutos pela EN16, demora duas horas e meia, como demorámos na sexta-feira.



Segunda.

É que o índice do poder de compra concelhio não pode ser inferior a 80 por cento da média nacional. Nos concelhos servidos pelas auto-estradas temos Castro Daire (A24) com um índice de poder de compra de 52,3 por cento da média nacional, Oliveira de Frades (A25) 71 por cento, S. Pedro do Sul (A25) 56,23 por cento, Vouzela 53,6 por cento (A25), Moimenta da Beira 54 por cento (A24), Tarouca 59 por cento (A24), etc, portanto, face a esta variável também não podia haver portagens nestas auto-estradas. Havia uma outra variável indicada pelo Governo para esta empresa estudar, que era a disparidade do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, ou seja, a diferença do PIB para a média nacional. O PIB per capita da NUT Dão Lafões é de 63 por cento da média nacional, a NUT Serra da Estrela é de 55,8 por cento, na NUT Beira Interior Norte é de 70,6 por cento, na NUT Douro é de 67 por cento e na NUT Alto Trás-dos-Montes 59,8 por cento, quando é a própria União Europeia que classifica como regiões desfavorecidas aquelas em que o PIB fica abaixo de 75 por cento da média nacional. Todas as NUT (Unidades de Nomenclatura Territorial) servidas por estas auto-estradas estão muito abaixo dos 75 por cento. Com estas três variáveis, o estudo confirmou que não pode haver portagens.



Está a querer dizer que o estudo não serviu os interesses do Governo, por isso não se implementou?

É isso que parece estar a acontecer. O Governo encomendou, pagou-o e agora faz vista grossa.



O PSD sempre disse que é a favor das portagens.

Mas isto não é uma coisa unânime. O PS é a favor das portagens com umas discriminações, mas sempre ouvi o presidente da Câmara de Mangualde (PS) a dizer que é contra. O dr. Fernando Ruas que é presidente da Associação Nacional de Municípios e não é propriamente um militante de base do PSD afirma-se contra as portagens.



Não acha estranho o silêncio dos autarcas nas últimas semanas. Além do autarca de Mangualde, mais nenhuma voz se fez ouvir?

Quando entregámos as 35 mil assinaturas, 500 eram de entidades colectivas, dezenas e dezenas de juntas de freguesia e de câmaras municipais, como a de Vouzela, de Viseu, de Penedono e uma série delas. Há uma grande movimentação à qual o poder político está a fazer orelhas moucas, o que é mau e terá algumas surpresas de luta e acção nos próximos tempos.



Que surpresas?

Dia 28 de Outubro vai haver uma marcha lenta na A25 e na A24. Portanto, vamos ter novamente marchas lentas que terão uma dimensão muito maior que as anteriores, e teremos mais buzinões nestas cidades. Há pessoas que reagem com o problema em cima da cabeça e estou convencido que a adesão agora vai ser muito maior. Admitimos recorrer a todas as acções que se enquadrem no quadro constitucional e legal.



Caso o Governo introduza as portagens no final do mês admitem continuar com essas acções de protesto?

Se o que disse o ministro da Economia fosse cumprido (15 de Outubro) o buzinão já acontecia com as portagens introduzidas. Acho que ainda vamos ter aqui um bocado de tempo (sorrisos), mas a luta contra as portagens não pára no dia em que começarem a funcionar, pelo contrário, pode até agudizar-se. E há muita forma de isso acontecer. Nas auto-estradas do grande Porto e Costa de Prata há um milhão e 300 mil passagens que não foram pagas e vão entrar em litígio. Isto corresponde a 50/60 mil pessoas. Como é que em termos judiciais isto se vai resolver? Na comarca do Baixo-Vouga foi nomeada uma juíza só para tratar dos processos das portagens que não foram pagas. Se o PSD e o CDS estiverem à espera que , no dia em que o Governo introduzir as portagens, pára a contestação, “tirem o cavalinho da chuva”.



Ainda não respondeu se tem alguma explicação para o silêncio das autarquias e das associações empresariais do distrito de Viseu face a este problema, ao contrário de movimentos associativos de outros distritos. É tudo em nome da crise?

A Associação Comercial de Viseu e a AIRV (Associação Empresarial da Região de Viseu) num passado recente, afirmaram-se contra as portagens. Agora, não conheço pronunciamentos públicos sobre esta matéria, espero que ainda venha a acontecer. Da parte dos empresários são públicas as manifestações de protesto, nomeadamente, de grandes empresas. O director financeiro da Patinter, maior transportadora da região [sedeada em Mangualde], falava à SIC do desastre que esta decisão pode significar para a empresa, que tem mil camiões a circular (a partir de Mangualde) e dizia que ia pagar 200 mil euros por mês de portagens.



É possível ocorrer uma deslocalização das empresas como consequência da introdução de portagens?

Os empresários dizem que sim. E as consequências são: menos impostos pagos em Portugal; se forem operar para outros países, primeiro, um conjunto de trabalhadores irá para o desemprego e, em vez de pagarem impostos, ficam a receber o subsídio de desemprego; as empresas em vez de pagarem impostos em Portugal pagam no estrangeiro. Aqui em Viseu (Prime) há uma empresa de produção de papel higiénico que consegue ter preços concorrenciais em Espanha, se forem introduzidas as portagens e tiverem que reflectir o preço das portagens nos rolos de papel higiénico, os espanhóis já conseguem preços mais baixos e as cadeias de supermercado em vez de comprarem o papel higiénico de Fagilde vão comprar a Madrid ou a Barcelona. Como é que essa empresa vai fazer? Vai acontecer o mesmo a algumas empresas da região que exportam carvão.



Que outras consequências podem surgir com a introdução de portagens?

Nem vale a pena falar dos incómodos, nós não precisamos da auto-estrada para ir, por exemplo, de Campia a Vouzela (concelho de Vouzela), faz falta é para as ligações inter-regionais, Viseu, Aveiro, Vila Real, Guarda… E há uma consequência que é a menos óbvia e a que menos gente refere, que diz respeito às receitas fiscais do Estado.



Porquê?

Não é garantido que o saldo seja positivo para o Ministério das Finanças. A introdução de portagens vai fazer abrandar a actividade económica e se baixar vai pagar-se menos IVA. É manifesto que vai colocar mais trabalhadores no desemprego, gente que hoje paga IRS e Segurança Social e vai deixar de pagar. Isso vai fazer com que o Estado arrecade menos receitas. O Estado pode estar à espera de arrecadar mil com as portagens, mas vai deixar de arrecadar do outro lado. A Associação de Empresários da região de Cova da Beira, muito recentemente dizia, socorrendo-se de um relatório do Tribunal de Contas que tem dúvidas sobre o saldo que a operação possa ter em termos de finanças públicas.



Como assim?

Há pessoas que pensam que o Estado vai cobrar portagens e deixa de pagar às concessionárias que fizeram as auto-estradas. Não é assim, o Estado vai continuar a pagar à Ascendi (concessionária das SCUTs), à Norscut e essas empresas concessionárias é que vão receber o dinheiro das portagens também. As portagens não vão para os cofres do Estado, vão para os cofres das concessionárias, e a renda que o Estado pagava, embora eventualmente menor, vai continuar a ser paga. Os empresários da Beira Interior diziam que isto era uma operação de lavagem de dinheiro em larga escala

digna de um cartel da Colômbia ou do México. Está aqui montada uma grande operação financeira que, segundo os empresários da Cova da Beira e o próprio Tribunal de Contas, as concessionárias ainda vão ganhar mais do que ganharam até agora. Os empresários, diziam que as concessionarias iriam receber do Estado para rendas um valor equivalente àquele que têm que pagar aos bancos e que as portagens vão servir para remunerar a 20 por cento os capitais próprios das concessionários. E acrescentavam: “É um grande negócio!”.



Isso seria uma engenharia financeira para financiamento de alguns grupos privados.

Parece que sim, parece que estamos perante uma engenharia financeira que vai beneficiar um conjunto de grupos privados que são hoje quem explora as auto-estradas.



Há ainda a preocupação com as vidas humanas. As estradas alternativas não terão capacidade de comportar o fluxo de trânsito que se prevê, originando perda de vidas humanas?

Se as pessoas em vez de circularem na A25, na A24 ou na A23, decidirem optar pelas estradas alternativas porque o seu negócio não dá para pagar portagens, é claro que isso vai dar desgraça. Recentemente vi bombeiros de Vouzela a deitaram as mãos à cabeça e a pedir que não mandem outra vez o trânsito para o lanço do IP5 que passa na Serra da Penoita, que era o sítio das mortes. Podem aumentar os acidentes e há um outro problema. Quando os camiões começarem a viajar pela EN16 que passa, por exemplo, no meio da vila de Vouzela, quem paga a manutenção? É a câmara municipal. Mas a câmara não recebe o dinheiro das portagens na EN16.



O percurso feito na sexta-feira passada deixou antever esses problemas todos?

Quando chegámos a S. Pedro do Sul verificou-se que havia dois camiões que não passavam um pelo outro num cruzamento. Quando começámos a descer para Pessegueiro do Vouga, verificou-se que há lá pontes que não aguentam um Inverno com um camião daqueles a passar por cima. O condutor dizia: “quando começar a chover, um camião destes com 20 toneladas faz com que rapidamente comece a ficar tudo estragado”.



Eventuais consequências inclusive mortais podem ser imputados ao Governo?

Só podem ser imputadas ao Governo. Esperamos que não aconteça. Se vier a acontecer teremos que dizer nesse dia que a culpa é do Governo.



Há uma crítica das populações e que acusam a comissão de a ter deixado de lado, que é o facto de o Governo ter cometido o erro de construir a auto-estrada A25 e partes da A23 em cima do Itinerário principal deixando as regiões sem alternativas. Era preciso pôr isso em cima da mesa?

Foi um erro bastante grave.



E o Governo não devia assumir isso como um erro e tê-lo em conta quando decide portajar as auto-estradas?

Pois devia. Na altura falei com um engenheiro especialista em estradas e ele dizia que o que estavam a fazer era uma coisa ruinosa e acrescentava que não estava demonstrado que fosse mais barato o que foi feito (duplicar), do que fazer uma auto-estrada paralela ao IP5. A solução de Espanha foi essa, fazer auto-estradas ao lado. Se calhar valia a pena chamar o Governo à atenção e à colação desta discussão de que a A25 foi construída em cima de uma estrada.



Que balanço faz da viagem de sexta-feira entre Viseu e Aveiro pela EN16?

A viagem é má. O que se faz em 50 minutos não se faz por ali em duas horas e meia. Os camiões não conseguem cruzar-se. O autocarro fez a viagem a uma média de 33 quilómetros horas entre Viseu e Aveiro, quando a média na A25 é de 80 quilómetros. A viagem permitiu mostrar o óbvio. O senhor ministro da Economia (Álvaro Santos Pereira) é daqui, o senhor secretário de Estado adjunto (Almeida Henriques) é daqui, há nove deputados na Assembleia da República eleitos por Viseu e sabem que não é possível fazer este percurso, nem de Vila Real para Viseu pela EN2 que chega a Castro Daire e é uma rua quase pedonal.



A região pode vir a recuar décadas?

A região vai recuar 30/40 anos em termos de mobilidade.



Esta semana já fez duras críticas às medidas de discriminação positiva. Quer concretizar?

Nem sei bem o que seja isso. Uma pessoa que trabalha em Mangualde ou em Oliveira de Frades não trabalha só uma semana por mês.



Quem mensagem se pode deixar aos utentes da estrada da região nesta altura, a braços com a necessidade de pagarem portagens?

Vale a pena lutar. A luta que desenvolvemos, fez com que desde 2004 até hoje ainda não se tenham introduzido portagens nestas três auto-estradas. Eu acredito que a luta das populações vai fazer recuar o Governo nesta matéria. Eu sigo uma máxima, quem luta nem sempre ganha, quem não luta perde sempre!

Retirado do Jornal do Centro
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MensagemAssunto: Para os que defendem as SCUTS e não sabem que já estão mais que pagas!   Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos EmptyQua Nov 30, 2011 11:00 pm

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"Muita gente acha que é absurdo e que só é resultado de uma política errada e sem critério. Na Alemanha não há portagens, em Inglaterra há uma rede de milhares de quilómetros de SCUT e na Holanda também não há portagens. Deve ser tudo gente que não se sabe governar ou irresponsável", ironizou o antigo ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território.

Em declarações à agência Lusa, à margem de um congresso sobre a União Europeia, João Cravinho - que era ministro quando as Scut foram criadas em 1997, no governo de António Guterres - admitiu que errou ao dizer que as Scut seriam vias sem custos para o utilizador.

"O meu grande erro na questão das Scut foi ter dito que era sem custo para o utilizador. Tinham custos, só não tinham era portagens. Dos impostos rodoviários que existem para financiar o sistema rodoviário apenas 25% é utilizado para esse fim, os restantes 75% são aplicados em tudo o resto", argumentou.

Um diploma publicado na segunda-feira em Diário da República estabelece o pagamento de portagens nas concessões Scut do Algarve (A22), da Beira Interior (A23), no Interior Norte (A24) e na Beira Litoral e Alta (A25) a partir de 8 de Dezembro.

"Nesta altura evocando-se um estado de necessidade vai-se buscar dinheiro onde ele possa existir. Com um argumento bom ou mau o que interessa é ir buscar dinheiro. Outra coisa diferente é criticar a ideia inicial das Scut que era a de criar vias modernas que pudessem ter um serviço de alta qualidade, sem portagens", reiterou.
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MensagemAssunto: Re: Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos   Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos EmptyQui Dez 01, 2011 4:23 pm

Eu até nem sou de violência... Mas esta conversa da estradas nacionais repugna-me.. É, provavelmente, um dos maiors ninhos de corrupção de Portugal e parece que ninguém se importa em fazer o que quer que seja.

Havia de haver um movimento que batesse o pé a sério..e fosse com rebarbadoras cortas os pórticos das portagens no dia a seguir a serem lá colocados.
Quantas vezes os colocavam, tantas outras se cortavam.

É absurdo como é que continuamos a pagar estradas que estão pagas à décadas e cujas companhias de gestão têm, anualmente, lucros exponenciais.

Porra...mas as estradas públicas são para darem lucro ou para não dar prejuízo?
É que o prejuízo é pago por todos, mas o lucro é só de alguns.

Que falta de decência, minha nossa..


Havia de haver testículos de camionistas em todos os portugueses...porque a única greve decente e com impacto que se fez com a deles, há 2 ou 3 anos. Bateram o pé de tal forma, que só quando faltou comida nos supermercados é que os governantes começaram a baixar a mola..

O resto de "nós" vamos para a rua sem saber porquê, queixamos-nos e nem votamos, falamos da Caixa de segurança do SLB - SCP 15 dias seguidos, e nem ligamos ao que está a ser discutido na especialidade para o Orçamento...

Alguém que acorde este país, porra...
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MensagemAssunto: Re: Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos   Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos EmptyQui Dez 01, 2011 5:58 pm

Oh André até fazes rir, se repares estes assuntos só preocupam uma minoria por enquanto houver dinheiro para cerveja e futebol, está tudo bem... Até podes avaliar pela amostra deste blog, ninguém comenta este tipo de assuntos.

Aproveito para deixar mais uma noticia do Jornal de Negócios, estes brasileiros devia aprender com os políticos inteligentes que temos em Portugal! Olha que medidas vão tomar, minha nossa:

"O governo de Dilma Rousseff vai suspender a taxa sobre compras de acções por patre de estrangeiros como parte de um programa de redução dos impostos que está avaliado em mil milhões de reais (412 milhões de euros).

No âmbito deste plano, o Brasil vai também diminuir os impostos sobre os empréstimos ao consumo, à construção de habitações, nos géneros alimentares e nas taxas cobradasa a estrangeiros na compra de títulos de dívida de empresas ligadas a projectos de infra-estruturas, de acordo com a Bloomberg.

O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças do Brasil, Guido Mantega, que estabeleceu ainda a meta do crescimento da economia brasileira nos 5% para o próximo ano.

O governo brasileiro está a adoptar uma estratégia de aumento do consumo que vise o crescimento económico. Para dar mais um incentivo ao crescimento económico, ontem, o Banco Central do Brasil, de acordo com a mesma fonte, cortou pela terceira vez a taxa de juro de referência, para os 11%.

Em 2014, o Brasil vai ser o país anfitrião do campeonato do Mundo de futebol e em 2016 dos Jogos Olímpicos."

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=523127


Que malucos não? Descer taxas! Como se isso fosse fazer crescer a economia.
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MensagemAssunto: Re: Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos   Paulo Morais: Impostos que os portugueses pagam estão a "derreter" em mecanismos EmptyQui Dez 01, 2011 7:42 pm

Por isso é que eles estão como estão...

Quando os inteligentes dos portugueses dizem que há países de burros, como o Brasil e Índia, têm toda a razão! Afinal nós estamos a crescer...espera..não..nós não estamos a crescer e está previsto que sejamos o único país do mundo em recessão em 2012..

Não é para quem quer, é para quem pode.

Tomem brasucas, embrulhem!
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